Por Leonardo Oliani, CEO da Astéria
Startups são conhecidas como empresas inovadoras, que utilizam a tecnologia para se destacarem frente aos concorrentes tradicionais. Para atingirem esse nível de maturidade empresarial, é preciso estabelecer uma estrutura organizacional adequada para o bom funcionamento do negócio.
No início tudo é feito por seus idealizadores, à medida que o negócio se desenvolve, a necessidade de contar com outras pessoas (funcionários) fica cada vez mais evidente e é preciso identificar as funções necessárias para o bom andamento do projeto e, assim, começar a construir esse time. Outro ponto importante: os fundadores devem identificar seus pontos fortes e fracos para assumir papéis que permitam uma boa liderança na área em que mais se destacam. Por exemplo, se for excelente na área financeira, mas entender pouco de tecnologia, abra espaço para outros profissionais mais experientes.
Automatize, delegue e estruture o negócio
Para descentralizar a gestão é preciso, em primeiro lugar, detalhar os papéis necessários para o funcionamento da empresa. Identificados os papéis, uma equipe deve ser formada para lidar com cada um deles. Essas equipes precisam ter liberdade de trabalho para que encontrem suas próprias jornadas e formas de atingir os objetivos estipulados, sempre com autonomia. Cabe ao fundador da empresa, ou líder, aconselhar sobre qual a melhor estratégia a ser seguida.
Sim, nunca é fácil delegar funções e poderes para outras pessoas, principalmente quando se está falando da sua criação. Entretanto, é preciso entender que a única forma de manter sua startup em crescimento, é delegar. Afinal, o negócio “já deixou a garagem” e o que era uma simples ideia, começa a tomar forma.
É importante perceber que os fundadores não podem fazer tudo e que também não possuem todos os conhecimentos necessários para tocar um negócio. Por isso, é aconselhável trazer profissionais que agreguem valor.
Não espere surgir alguma crise para pensar no assunto. É mais tranquilo e seguro estruturar a empresa no seu começo. Não espere os primeiros problemas de gestão aparecerem para pensar em mudanças.
A importância da experiência do usuário para a estruturação do negócio
Podemos dividir as áreas da empresa em dois grupos: um comandado pelo CEO e o outro pelo CTO da empresa.
Sob o comando do CEO ficam as áreas de marketing, recursos humanos, vendas e jurídico. Já para o CTO a divisão contempla as áreas de User Experience (UX), cientistas de dados, engenharia de software e engenharia de DevOps (desenvolvimento e operações).
A área de UX é a responsável por fazer um mergulho em seus usuários, definindo a identidade da empresa, a identidade visual, as necessidades dos usuários, as metas, e também por avaliar se a companhia está atingindo as metas estabelecidas.
São poucas as startups que compreendem os papéis da equipe de UX, então, abaixo, estão listadas algumas funções típicas do setor:
Pesquisador de usuários – Analisa o comportamento do usuário, cria personas e documentos estratégicos para definir a necessidade e objetivos de produtos e recursos. Também cria e mantém a documentação de metas. Se trabalhar em conjunto com um designer de interação, pode, ainda, fazer parte da área de arquitetura da informação.
User interface designer – É responsável por definir fluxos de interação em uma aplicação, layouts de conteúdo e diagramas de fluxo de usuários.
Visual designer – É responsável por criar modelos e wireframes de alta fidelidade para o produto. Produz os gráficos necessários com base no trabalho do user interface designer.
Engenheiro de front-end – Responsável pelo código necessário para implementar determinada interação e visual do produto.
Engenheiro DevOps – É responsável pela infraestrutura de back-end, pelo processo de implantação e os recursos utilizados. O trabalho envolve a automação e monitoramento das fases de construção do software.
Cientista de dados – Especialista analítico responsável por resolver problemas complexos que envolvam dados.
Arquiteto de informação – Especialista que organiza o conteúdo do site.
Pensar como empreendedor, não como autônomo
A ideia prosperou e se transformou em empresa. Chegou a hora de parar de pensar apenas como um criador/fundador, um autônomo, para se tornar um empreendedor. O primeiro passo foi dado, já foram criados os sistemas/funções que fazem o negócio caminhar. O segundo passo é determinar para qual público seu produto será feito.
Segmentar a atuação da empresa, em um primeiro momento, é vital para ter bons resultados. É preciso identificar as necessidades do seu público e analisar que tipo de produto ou serviço eles estão procurando.
O passo seguinte é encontrar um investidor. Porém, é muito importante que a empresa já esteja faturando e tenha se mostrado viável. O investidor servirá para alavancar e escalar o negócio. Mais do que dinheiro, é bom procurar investidores que possam agregar com conhecimento e principalmente networking.
Na maioria das vezes, esses investidores buscam empresas já inseridas no mercado, então é preciso ter uma estratégia para encontra-los e convencê-los de que a sua empresa é uma opção de investimento. É preciso vender a ideia, o que faz a área de marketing ganhar importância.
Ter uma boa ideia, e por consequência um bom produto, não quer dizer que ele terá sucesso. É preciso inovar e, também, oferecer algo que contribua para a solução de um problema, desejo ou necessidade do público-alvo. É isso que será o diferencial na hora de conquistar um investidor e o que fará sua empresa se destacar entre as concorrentes.